Uso de geotecnologias em auditorias é tema da nona edição do Projeto Tardes de Conhecimento EGC - Notícias

Os recursos trazidos pelo uso de ferramentas e tecnologias no planejamento e na execução de fiscalizações oferecem novas possibilidades de achados e representam oportunidades de otimização de esforços técnicos e humanos.

Para tratar dessa temática que envolve o emprego de geotecnologias em auditorias, o Projeto Tardes do Conhecimento convidou o auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCEPB), Júlio Uchoa Cavalcanti Neto, que também é coordenador do Núcleo de Avaliação e Engenharia (NAVE) do Órgão, criado para dar suporte tecnológico aos departamentos de auditoria municipal, estadual e operacional.


A palestra on-line dessa nona edição do Tardes de Conhecimento foi ministrada na tarde de quinta-feira (20/10), com a abertura realizada pela auditora do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) e diretora de Desenvolvimento Profissional da Associação dos Auditores de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (AudTCMSP), Maristela Brandão Vilela.

A mediação do evento foi feita pelo auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Luís Guilherme Damiani.

De acordo com as informações do mediador, há alguns anos os Tribunais de Contas brasileiros vêm se utilizando de técnicas e tecnologias de referenciamento como ferramentas tanto para monitoramento como para reforço das evidências nos trabalhos de auditoria, incluindo desde simples registros fotográficos até a realização de filmagens por meio de veículos terrestres ou aéreos (drones) e uso de técnicas como fotogrametria para geração de modelos em três dimensões.

No âmbito do TCMSP, Damiani destacou que o Planejamento Estratégico para o biênio 2022-2023 incluiu um projeto especificamente voltado ao uso de geotecnologias. “Nesse projeto, nós estamos avaliando e reformulando as utilizações que já vínhamos fazendo e ampliando esse leque, por exemplo, por meio de acordos com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e uma adesão ao Programa Brasil M.A.I.S, da Polícia Federal, que utiliza imagens de satélite de alta resolução”, informou.

Após suas considerações iniciais, o mediador passou a palavra ao palestrante convidado, Júlio Uchoa Cavalcanti Neto, que dedicou a primeira parte da sua exposição a embasamentos teóricos sobre geoprocessamento.

O geoprocessamento é um conceito abrangente para processamento de dados georreferenciados, que inclui diversas técnicas e softwares para coleta, armazenamento, leitura, manipulação, análise e uso de dados integrados das informações geográficas de uma área de interesse.

Nesse contexto, o palestrante abordou as definições básicas sobre sistemas de referência terrestre, posicionamento global e receptores, elencando possibilidades da geoinformação, a exemplo do uso de medição de coordenadas, de áreas, cálculos de distâncias, sobreposição de dados, uso de análises espaciais e utilização de drones para inspeção de obras.

Inicialmente, o palestrante falou sobre os sistemas de referência e de coordenadas geográficas, esclarecendo que são utilizados quando é necessário identificar a posição de uma determinada informação na superfície da Terra, sobre a qual são desenvolvidos todos os cálculos das suas coordenadas. A compreensão desses sistemas é importante, por exemplo, para o uso de mapeamento aéreo com drones.

Dando sequência à sua explanação, Cavalcanti Neto abordou noções de fotogrametria, uma técnica utilizada para medir ou reproduzir algo por meio de modelos gerados por fotografias. De acordo com o palestrante, a aerofotogrametria facilita o levantamento de quantitativos de obras de grandes dimensões. Além disso, seu uso também reduz o tempo de trabalho em campo e possibilita o registro da evolução de uma obra.

Cavalcanti Neto também chamou atenção para as vantagens da aerofotogrametria com drones, ressaltando, entre outros aspectos, o baixo custo de implementação, a facilidade no registro dos vários estágios de uma obra e a interface com outros aplicativos.

Ampliando o leque das tecnologias usadas para coleta, processamento, análise e informações georreferenciadas, o palestrante também falou sobre o sensoriamento remoto, que envolve o uso de satélites, balões, aviões, veículos aéreos não tripulados (VANTs) e laser scanner.

O monitoramento de grandes áreas e de grandes obras e a facilidade de aquisição de imagens foram algumas das vantagens do uso do sensoriamento remoto destacadas pelo palestrante. Como exemplo de tecnologias englobadas nessa concepção, Cavalcanti Neto citou o Google Earth Engine e o Programa Brasil M.A.I.S.

O palestrante dedicou a segunda parte da sua exposição para citar alguns exemplos do uso de geotecnologias em aplicação de planejamento de auditorias no âmbito do TCEPB, envolvendo quantificação, avaliação de obras e serviços de engenharia.

O Projeto Tardes do Conhecimento é promovido pela Associação dos Auditores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (AudTCMSP) e pela Escola de Gestão e Contas (EGC) do TCMSP, com o apoio do Instituto Rui Barbosa (IRB) e da Associação Nacional doa Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC).

O conteúdo da palestra on-line está disponível nas redes sociais da EGC.
 

Assista à palestra: 

 


Na ocasião, Júlio Uchoa Cavalcanti Neto participa do Tardes de Conhecimento
com mediação do auditor Luís Guilherme Damiani


A abertura foi realizada pela diretora de Desenvolvimento Profissional da Associação
dos Auditores de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município de São Paulo
(AudTCMSP), Maristela Brandão Vilela.