Telemedicina é destaque em palestra na EGC EGC - Notícias

Assessoria de Imprensa, 23/11/2022

A telemedicina ganhou enorme relevância no universo da prestação de serviços de saúde com a chegada da pandemia de COVID-19, um dos maiores desafios sanitários em escala global deste século. E para apresentar um panorama sobre a prática, sua realidade, desafios e o futuro do atendimento médico remoto, a Escola de Gestão e Contas Públicas (EGC) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) trouxe, na terça-feira (22/11), André Medici, destacado consultor de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas e Banco Mundial. O especialista participou do evento online diretamente de Nova York.

  


A instrutora de cursos de extensão na área da Saúde da EGC, Eliana Verdade, realizou a mediação do evento. Com MBA pela PUC-SP, em Economia de organizações de saúde, ela foi diretora do departamento de Gestão de Contratos e Convênios da Secretaria de Estado da Saúde em São Paulo (SES/SP) e diretora administrativo-financeira em organização de saúde do 3º setor.

Eliana Verdade classificou o palestrante como autoridade de grande expressão na área da saúde. “Todos nós que atuamos na gestão da saúde temos muitas horas de estudo na produção do Dr. André Medici”, ressaltou ela.


André Medici é economista e consultor internacional em temas de Economia e Gestão de Saúde, diretor do Universal Health Monitor e membro do conselho da United States Health Alliance (USA-HA). Trabalhou como coordenador do grupo de financiamento da Comissão Nacional de Reforma Sanitária no Brasil, que contribuiu para o desenho do SUS, entre 1986 e 1988. Desde 1996 mora nos Estados Unidos. Trabalhou por 24 anos como economista da saúde no BID e no Banco Mundial. Tem diversos livros e centenas de artigos publicados em várias línguas em temas de desenvolvimento social e economia da saúde.


O especialista iniciou a apresentação falando sobre conceitos básicos relativos à telemedicina. “É um serviço que está evoluindo rapidamente para fornecer maior acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, de forma eficiente e econômica”, observou. Ainda segundo Medici, a prática busca melhorar a saúde do paciente, permitindo comunicação interativa bidirecional em tempo real entre o paciente e o médico.


Em seguida, ele fez um breve histórico a respeito do surgimento da telemedicina, especialmente nos Estados Unidos. Apontou as guerras da Coréia e Vietnã, nos anos 50 e 60, como marco inicial. Na ocasião, o telefone foi utilizado para orientações a feridos e equipes médicas. A primeira experiência em vídeo foi em 1959, quando o Instituto de Psiquiatria de Nebraska iniciou a utilização da videoconferência para fazer sessões e transmissões na área da psicanálise. Falou, ainda, sobre outro fator de evolução do atendimento remoto, o monitoramento médico dos astronautas em voos espaciais promovidos pela NASA. Mas, para Medici, o grande fator de desenvolvimento da telemedicina surgiu com a internet nos anos 90.


Em outro ponto, abordou a importância da utilização da telemedicina na atual pandemia. Para o especialista, a prática melhorou o acesso a serviços de qualidade, mantendo o distanciamento físico para a segurança dos pacientes e dos profissionais. “Além de visitas virtuais, aplicativos de texto, e-mail e telefone celular, a telemedicina aumentou a transmissão de dados através de dispositivos vestíveis, para compartilhar informações entre pacientes, laboratórios, farmácias e médicos, permitindo agilizar processos sem deslocamentos e tempo de transporte”, observou.


Dentre as vantagens da telemedicina, citou o avanço na especialização dos médicos. Cardiologistas, radiologistas e psiquiatras estão entre os especialistas que mais utilizam os serviços de telemedicina. Além disso, “o aumento da utilização desses serviços e de tecnologia vestíveis vai acelerar essa tendência”, vaticinou. Sem contar que as consultas virtuais podem fornecer atendimento especializado a populações que de outra forma não estariam disponíveis, como os que vivem em áreas rurais, missões militares ou presídios, por exemplo.


Medici falou também sobre tendências da telemedicina e os limites temporários da prática, como a falta de educação e informação dos pacientes sobre a eficácia e segurança do método à luz das circunstâncias atuais.


Em relação ao atendimento médico remoto no Brasil, citou como marco inicial de utilização do método o caso de contaminação por Césio 137, ocorrido em 1985 no Município de Goiânia, quando médicos da Unicamp realizaram rastreamento remoto, com a transmissão de relatórios por meio de vídeos. Prosseguiu em 1995, quando o Incor passa a realizar eletrocardiograma a distância. Nos anos seguintes surgem os centros de telemedicina em hospitais. Além disso, em 2006, surgiu a Rede Universitária de Telemedicina, que ligou diversos hospitais de universidades do país.


Falou das dificuldades na regulamentação do atendimento médico remoto no Brasil, citando marcos legais surgidos a partir de 2002. Com a chegada da pandemia, em março de 2020, a Lei Federal 13.989 institui o uso emergencial do método. E recentemente, no mês de março de 2022, o Conselho Federal de Medicina aceita as normas que regulamentam a telemedicina no país e a prestação de serviços médicos mediados por tecnologias de comunicação.


Encerrou a apresentação com as perspectivas para a prática da telemedicina. Citou a tendência de aumento da precisão dos diagnósticos, uso crescente de internet das coisas, treinamento e capacitação permanente dos profissionais, saúde baseada em valor, e promoção de maior equidade no acesso a qualidade dos tratamentos.


No final da apresentação, o palestrante respondeu as perguntas formuladas pelas pessoas que acompanharam o evento em tempo real pelo canal da EGC no Youtube.


Clique aqui e confira a íntegra da palestra.

 

 

A instrutora de cursos de extensão na área da Saúde da EGC, Eliana Verdade

 

André Medici, destacado consultor de organismos internacionais,
como a Organização das Nações Unidas e Banco Mundial