O programa Encontros Plurais, iniciativa da Escola de Gestão e Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP), recebeu o educador Alexandre Schneider para debater os desafios da Educação no Brasil, em especial na cidade de São Paulo. No encontro, foram tratados temas bastante atuais, como o uso de novas tecnologias nas salas de aula; a desigualdade social; a qualidade e universalização do ensino; além de medidas para conter a violência nas escolas.
Logo na abertura do evento, realizado quinta-feira (6/07), a apresentadora do programa, a jornalista Angélica Fernandes, questionou se a educação brasileira está em crise. Na condição de ex-secretário municipal de Educação e pesquisador do Centro de Estudos em Política e Economia do Setor Público, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alexandre Schneider respondeu que não, mas fez questão de apontar diversos problemas que afetam o setor.
Para isso, elencou o baixo número de crianças da cidade de São Paulo matriculadas em creches, da ordem de 60%. Em seguida, Schneider destacou a necessidade de garantir a qualidade do ensino na rede pública, para atender requisitos de equidade e universalização da educação, bem como acabar com a desigualdade entre os estudantes. Nesse caso, sugeriu a melhoria dos indicadores do nível de qualidade da educação para avaliar ações de políticas públicas.
Entre outras preocupações externadas pelo entrevistado estão os desafios para impedir que estudantes do ensino fundamental abandonem as salas de aula. Destacou a criação de redes de proteção social para aproximar a família e comunidade das escolas como uma das alternativas. Segundo ele, essas seriam medidas que ajudariam a combater a violência nas unidades educacionais, com apoio da segurança pública. “Educação e prevenção, com orientação para os pais”, resumiu Schneider.
Durante o encontro, que contou com a participação da analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental, Marian Bellamy, coordenadora do GT Educação do Observatório de Políticas Públicas do TCMSP, o educador tratou o problema do uso de celulares nas salas de aula. Para Schneider, a solução deve ser baseada na avaliação pedagógica dos gestores educacionais.
Já o conselheiro João Antonio, conselheiro dirigente da EGC e relator da função Educação no TCMSP, levantou a questão de como a sociedade deve agir para mudar do ensino analógico para o tecnológico, a fim de reduzir a diferença social entre os alunos, quadro que foi agravado pela pandemia de Covid-19. Sobre isso, o entrevistado concordou que a pandemia apenas agravou o quadro, causando uma defasagem de aprendizado, principalmente entre estudantes da rede pública, que precisa ser recuperado para não comprometer o futuro dessa geração.
Ao abordar o uso da tecnologia no ensino, Schneider disse que “a distribuição de ‘tablets’ não funciona, principalmente se o equipamento for utilizado como um mero livro digital”. Ele afirmou também que entre os desafios da Educação atual está o emprego da Inteligência Artificial, como o ChatGPT, que deve resultar em novos modos de aprendizagem socioemocional, com ensino de ética e filosofia, para a formação dos estudantes que se quer como futuros profissionais.
Em sua mensagem final, o educador Alexandre Schneider deixou claro que a Educação no País tem problemas estruturais graves, que precisam ser atendidos por políticas públicas eficazes para fazer frente à ausência de infraestrutura adequada, defasagem de ferramentas pedagógicas, falta de vagas e de professores, que resultam em evasão de alunos e aumento da violência nas escolas.
O encontro lotou o auditório da Escola de Gestão e Contas e teve transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da EGC.
Acompanhe aqui a integra do evento.
Angélica Fernandes, Alexandre Schneider, João Antonio e Marian Bellamy
Ricardo Panato, Egle Monteiro, Alexandre Schneider e Marcos Barreto
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