A Rede Nossa São Paulo publicou ontem, 7 de março, a pesquisa “Viver em São Paulo: Mulheres”, que apresenta um quadro das relações de gênero no âmbito doméstico e da violência e do assédio contra a mulher no município de São Paulo. Realizada no final de 2022, a amostra de 800 entrevistas online com moradores de 16 anos ou mais, mostrou que em quase metade dos lares paulistanos as mulheres continuam assumindo a maior parte das tarefas domésticas, destacando-se o preparo das refeições (67%) e a limpeza da casa (56%). Em relação ao cuidado diário com os filhos e com os membros idosos da família, elas também assumem a maioria das responsabilidades. Os números mostraram que “sem elas não há comida, casa limpa e organizada nem filhos e filhas prontos para serem levadas pelos homens para a escola”.
Em relação aos casos de violência e assédio, o transporte público continua sendo o local de maior risco para as mulheres. Entre as entrevistadas pela pesquisa, 53% já sofreram com gestos, olhares incômodos ou comentários invasivos e 29% já foram agarradas, beijadas ou desrespeitadas em outra situação sem o seu consentimento nesses meios de transporte. Preocupante também foi o registro de que 19% delas declararam já ter sofrido assédio dentro de transporte particular, como táxi e Uber, sensivelmente acima dos 12% verificados na pesquisa anterior. No total, 67% das paulistanas já sofreram algum tipo de assédio e violência. Como alternativas principais para o enfrentamento do problema, foram apontadas o aumento de penas (47%), a criação de novas leis (40%) e a ampliação dos serviços de proteção (38%). Em relação aos levantamentos anteriores, cresceram as menções à necessidade de promover campanhas de conscientização como forma de prevenção e combate à violência e ao assédio contra as mulheres.
Conheça a pesquisa na íntegra aqui.
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