Viver em São Paulo: pesquisa tem edição especial sobre coronavírus Notícias COVID-19

A Rede Nossa São Paulo e o Ibope Inteligência lançaram nesta terça-feira (05/05/2020) a primeira parte da série de pesquisas Viver em São Paulo: Especial Pandemia. O levantamento aponta para o reconhecimento de serviços públicos essenciais e mostra a aprovação de governadores e prefeitos durante a crise gerada pela pandemia de Covid-19.
 

De acordo com os resultados obtidos, os paulistanos mostraram uma supervalorização pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Um traço forte na pesquisa é a conscientização da importância do investimento de órgãos do estado na saúde pública, já que ¾ da população precisa desse serviço. Outra questão é se esse fator será uma questão importante nas próximas eleições, já que para que isso aconteça há a necessidade do amadurecimento da sociedade, pois deve haver atenção em como os políticos estão pensando no coletivo.
 

Outro resultado da pesquisa que surpreendeu a todos foi a valorização da política, o reconhecimento aos governadores e prefeitos em relação às ações e ao isolamento social neste momento de pandemia. Cerca de 70% das pessoas entrevistadas aprovam as medidas que estão sendo tomadas, diferentemente da pesquisa feita pelo Ibope em janeiro de 2020, na qual os piores números de aprovação estavam na política, resultando em menos de 30% de aproximação entre os paulistanos e os governantes. A população vê um grupo de políticos com sensibilidade sobre o que está acontecendo, não em todas as áreas, mas, novamente, na ação de governadores e prefeitos. Acredita-se que esta crise possa gerar transformações, se a sociedade pressionar para que isso aconteça.
 

Já quando o assunto é a economia, 2/3 dos entrevistados foram impactados de forma negativa em suas vendas. Com isso, o paulistano começa a ver ainda mais importância na renda básica emergencial. A Covid-19 está antecipando uma discussão que já existe há anos: o risco do desemprego devido à tecnologia e a substituição do trabalho. O estado tem um papel importante para a implementação de ações que ajudem o trabalhador em momentos com este.
 

A desigualdade social é totalmente chocante, conforme avalia a pesquisa. Para 81% das pessoas, a desigualdade agrava a crise e os moradores da periferia são os que mais vão sofrer, já que a habitação é precária, o acesso à água, esgoto e saúde é deficitário. Segundo os organizadores da enquete, "é incompreensível que a desigualdade cobre vidas, pois São Paulo é a cidade mais rica da América Latina, e mesmo assim há uma diferença absurda quando comparado à idade média de morte em Moema (zona sul da cidade) que é de 80 anos, enquanto que Cidade Tiradentes (extremo leste) é de 57 anos. Essa diferença de 23 anos acontece devido às condições de vida da população nessa área onde a mortalidade de crianças e jovens, principalmente negros, é alta. Concluímos que a Covid-19 se aproveita desses ambientes devido à falta de isolamento social, já que as habitações são precárias e há falta de saneamento básico".
 

Mais uma vez, o poder público é posto em questão, já que para a população deve haver prioridade para que essa desigualdade diminua.
 

Quando o assunto é o comportamento individual, apenas 5% da população paulistana seguem pagando seus funcionários domésticos. Esse número é desproporcional ao de pessoas afetada nas suas rendas. Perguntado o que o paulistano tem feito para mudar essa situação de pandemia, 44% estão rezando para que passe esse problema, o que mostra muita fé e religião. Já 42% estão em um movimento de solidariedade, o que não é compatível com o número de pessoas que seguem pagando seus servidores. Para 63% da população, as empresas que demitirem seus funcionários devem ser punidas.
 

Para ter acesso a pesquisa completa clique aqui.